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Deolane Bezerra diz que levou cigarro eletrônico à ‘Fazenda’; item não é inofensivo

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A influenciadora Deolane Bezerra contou, nesta terça-feira (19), que distribuiu cigarro eletrônico para os peões de “A Fazenda 2022” (RecordTV). A advogada fez a declaração durante a formação da quinta roça do reality.

Antes, ela afirmou a aliados que não participaria da edição se o item fosse proibido. E ao se defender do voto que levou de Shayan, a peoa disse que distribuiu o objeto para todos os peões confinados que lhe pediram.

“Eu não te ofereci um presente, eu te ofereci um cigarro eletrônico porque eu trouxe um monte e era uma publicidade. Coisa que eu dei para Tiago, Bia, Lucas e quem mais precisar”, acrescentou.

Produtos são proibidos no Brasil

Importante lembrar que, no país, os cigarros eletrônicos estão proibidos pela Anvisa desde 2009. Na época, a decisão foi tomada de maneira preventiva e, agora em julho de 2022, após um longo período de discussão com entidades médicas e a indústria, os diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária mantiveram a proibição da venda, importação e propaganda de todos os cigarros eletrônicos.

Em caso de descumprimento da nova norma, o departamento ligado ao Ministério da Justiça determinou multa diária de R$ 5.000 para os estabelecimentos que não cumprirem a medida. A pena será aplicada até que o ponto de venda suspenda a comercialização.

Portanto, os dispositivos que as pessoas compram são ilegais, fabricados ou importados sem nenhuma fiscalização —um ponto que precisa ficar claro, pois a pessoa que fuma o cigarro eletrônico nunca tem certeza do que realmente está inalando.

Produto oferece riscos à saúde

Além disso, os cigarros eletrônicos são perigosos apesar de possuírem uma quantidade menor de substâncias tóxicas (quase 2 mil) em relação aos cigarros comuns (7 mil). No entanto, ele não é inofensivo, tampouco “saudável”, embora a indústria por trás dele tente passar essa ideia.

Cientistas já identificaram diversos componentes tóxicos e cancerígenos na composição desses dispositivos, entre eles a nicotina, presente na grande maioria, sendo a droga responsável por causar dependência.

Aliás, é muito complicado identificar as substâncias que estão presentes no líquido que é utilizado nos dispositivos. No Brasil, onde é proibido, os usuários não sabem ao certo o que estão colocando no organismo.

Um estudo publicado no Chemical Research in Toxicology, em outubro do ano passado, mostrou que os cigarros eletrônicos contêm milhares de produtos químicos desconhecidos e substâncias não divulgadas pelos fabricantes.

Portanto, os pesquisadores reforçam que são riscos à saúde que nem os médicos conhecem ainda. Mas já em 2019, uma doença ligada ao uso dos vapes foi batizada de Evali, que caracteriza-se por uma lesão pulmonar associada ao uso direto desses DEFs.

Isso ocorreu principalmente nos Estados Unidos, com um número alto de casos e até mesmo de mortes por conta do uso dos cigarros eletrônicos, especialmente os que tinham THC (um dos princípios ativos da maconha) e nicotina.

O corpo todo sente os efeitos, mas principalmente o pulmão, segundo Odilton Cleber Siqueira de Amaral, pneumologista do Hospital Regional do Baixo Amazonas, em Santarém (Pará), da Pró-Saúde.

De acordo com ele, esses relatos são vistos já em consultórios, com pacientes relatando tosse, falta de ar, dor no peito, febre, entre outros. “No geral, são relatos de desconfortos para respirar”, afirma.

Isso ocorre porque essa fumaça quente —a temperatura atinge entre 300 e 400ºC— entra e causa lesões principalmente no pulmão, porta de entrada do vapor. “Isso pode levar ao enfisema pulmonar, que é a destruição dos alvéolos pulmonares. Também ocorre a inflamação dos brônquios, caracterizando a bronquite. Há ainda riscos de pneumonia adquirida e o derrame pleural”, explica Amaral.

Mas não é só isso. No coração, o uso dos vapes causa grande impacto, como maior risco de hipertensão arterial, AVC (acidente vascular cerebral) e infarto, além de prejuízos cerebrais.

Já os homens que usam cigarros eletrônicos ou vaporizadores têm duas vezes mais riscos de sofrer de disfunção erétil em relação aos que não utilizam, de acordo com um estudo publicado em dezembro de 2021 pela revista médica American Journal of Preventive Medicine.

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